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OBJETO HORIZONTE
10ª MOSTRA 3M DE ARTE – Lugar Comum: travessias e coletividades na cidade

Formado por artistas nascidos em diferentes localidades brasileiras, o Coletivo Foi à Feira — FAF tem como foco pensar a dimensão humana na cidade. Com trabalhos que se articulam por meio de intervenções urbanas, instalações ou ações espontâneas, o coletivo busca criar espaços que propiciam o encontro, o afeto, a identificação do outro e o reconhecimento das várias memórias urbanas.

Frente ao cenário de incertezas ambientais, sanitárias e políticas que se processaram no decorrer de 2020, o FAF propôs à 10a Mostra 3M de Arte – Lugar Comum: travessias e coletividades na cidade uma obra que nos convoca a refletir sobre as possibilidades de futuro na cidade. Intitulado Objeto horizonte, o projeto parte de uma concepção que pode ser dividida em três momentos. A obra se inicia com a captação dos áudios de entrevistas com trabalhadores do Parque Ibirapuera, gravados durante o período de acesso reduzido aos parques da cidade, medida implantada para evitar a propagação do contágio pela Covid-19. As falas desses trabalhadores foram mixadas aleatoriamente e mescladas a uma “sonoridade pandêmica”, formada por sons dos aplicativos de mensagens instantâneas muito repetidos no período de confinamento, e a excertos de áudios históricos, como o hino do IV Centenário de São Paulo.

Em um segundo momento do trabalho, os áudios criados pelo coletivo são emitidos a partir de caixas de som acopladas a uma estrutura de ferro construída posteriormente. Em formato de uma esfera espiralada, a estrutura se constitui como um espaço de autorreflexão e encontro com o corpo coletivo. Sua armação vazada é circundada por placas de acrílico, criando um ambiente em que o dentro e o fora se comunicam e permitindo que o espectador admire a paisagem de si e do parque de forma fragmentada e contígua. Por fim, o terceiro momento se concebe a partir da intervenção do público, que é convidado, por meio de estímulos visuais e de um chamado sonoro, a expressar e registrar seus desejos para viver uma vida comum nas cidades. Mais do que nos levar a crer na potência de nossa capacidade imaginativa, esta obra nos convoca à verbalização de nossas próprias formulações, enfatizando a dimensão política de nossa linguagem quando ela é expressa no espaço público. As falas dos visitantes, depois de gravadas, são mescladas ao som inaugural acima descrito, concebendo-se assim uma nova paisagem sonora informada pela imaginação coletiva.

Em 2021, o trabalho iniciou um roteiro de itinerância pelo Parque Faria Lima, localizado no bairro Parque Novo Mundo, no limite entre São Paulo e Guarulhos, onde ficou instalado durante um mês. A segunda parada será na Estação Sé do Metrô. A materialidade se mantém, porém nestes novos locais são feitas novas entrevistas com os funcionários dos locais, gerando assim um novo áudio inaugural para cada novo espaço, que se mescla ao histórico de depoimentos desde o início do projeto.

Artistas: Coletivo Foi a Feira – Formando em Vitória – ES - 2009: Clarissa Ximenes / Gabriel Tye / Luis Filipe Pôrto / Matheus Romanelli / Rayza Mucunã
Fotografia: Karina Bacci
Produção: Elo3 Integração Empresarial 
Patrocínio: 3M
Apoio: Linha da Cultura