A cidade nos observa, mas nós a observamos?
Diariamente, milhões de pessoas circulam de um lado para o outro às cegas, sem ver os detalhes, as cores e as luzes desta Paulicéia Desvairada, como foi chamada por Mário de Andrade na obra homônima publicada em 1922.
Na contramão desta rotina 'desvairada' convocamos o cidadão para romper com a pressa e o distanciamento e observar as estações do Metrô de São Paulo para além do concreto e ferro, matéria prima da sua arquitetura.
A Caminhada Fotográfica, realizada no dia que a cidade completou 466 anos - 25 de janeiro de 2020 -, proporcionou aos participantes a oportunidade de perceber estes não-lugares, definido por Marc Augé, como "lugares transitórios que não possuem significado suficiente para serem definidos como “um lugar”, de um modo contemplativo.
Durante algumas horas os participantes estabeleceram outra relação com estes espaços. Por meio da fotografia, olhares atentos e até mesmo inéditos, registraram as formas, os desenhos, os movimentos e a arte que integram o sistema de transporte mais utilizado durante anos pelas pessoas da cidade de São Paulo.
"Eu e meu marido também adoramos. Esperando agora pelas próximas..." (Clarice Fortes)
"Com certeza tivemos uma ótima experiência." (Maria Helena Reinaldo)