Sobre fundo branco, dispostas na vertical no canto inferior esquerdo “LINHA DA CULTURA” em letras garrafais na cor preta exceto a palavra “DA” em cinza. Ao lado, uma grande seta apontada para baixo, parte do logotipo do Metrô, preenchida por aquarela onde retrata capacetes de segurança empilhados.  À direita da imagem “DIANA DANON: O METRÔ SP EM DESENHOS E AQUARELAS”. Abaixo, “Artista: Diana Dorothèa Danon; Realização: Linha da Cultura”.

 

Ao comemorar os 52 anos de sua fundação, o Metrô de São Paulo, por meio da Linha da Cultura, se volta para o seu acervo buscando os diversos pontos de vista que podem contar a sua história e, do mesmo modo, narrar a memória da cidade. 

Além de documentos, fotografias, vídeos e estudos, o acervo do Metrô abriga aproximadamente 730 desenhos e aquarelas da artista paulistana Diana Danon, que foram produzidos de 1972 a 2013. Essa coleção apresenta os diferentes olhares da artista sobre a construção e a expansão das linhas do Metrô. São retratos de trabalhadores, cenas de construção, paisagens urbanas e croquis de peças de máquinas que desenham também as horas, os dias e os anos do cotidiano imerso pela cidade de São Paulo. 

Formada pela Escola de Belas Artes, em 1959, e arqueologia e história da arte pela Universidade de São Paulo (USP), em 1967, Diana Dorothea Danon, apaixonada pelo processo que implica as obras de construção do Metrô, passou a acompanhá-las e a retratá-las quase que diariamente. Nessa época também iniciou a sua carreira como documentarista, um fato importante para compreendermos a forma como a artista documentou em traços ágeis e pinceladas expressivas os canteiros de obras, a terra, o ferro, os olhares dos operários. Toda essa materialidade se tornou assunto vasto em suas aquarelas. 

O processo artístico de Diana está atrelado à relação com a paisagem e com a experiência que o lugar lhe proporcionava in loco. Nas palavras da própria artista, em entrevista dada à SPTV em 1996, Diana comenta: “Eu gosto de sentir a sujeira, sentir o barro, sentir o vento (...), essas coisas que dão o conteúdo!”

O que a instigava era também antever que toda aquela sensação se dissiparia quando terminada aquela etapa da construção, quando terminasse o meio do caminho. O que a intrigava era o processo. Esse olhar único e preciso, que mistura técnica e instinto, se revela nas linhas e cores por vezes leves, por vezes vorazes de cada obra apresentada nessa exposição.

Curadoria: Linha da Cultura

 

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Vídeo depoimento da artista ao Metrô, em 2018
 

 

Entrevista concedida ao SPTV, em 1996