Desde tempos imemoriais, o homem desenha e pinta. Utilizou, inicialmente, como suporte, paredes rochosas, sobretudo das cavernas, pedras, ossos, folhas de plantas. Com o tempo, passou a utilizar superfícies criadas por ele tais como tecidos, papiros, pergaminhos e, finalmente, o papel”. A declaração é do crítico de arte Enock Sacramento e foi feita textualmente na apresentação da primeira exposição do Grupo Diálogos em papel, em 2018. E continua: “Mas, o que é o papel? Trata-se de um material em forma de folha, na maioria fina e flexível, obtido geralmente a partir de uma pasta de fibras vegetais ricas em celulose, proveniente de madeira, sobretudo de pinheiros. Este fato, todavia, não exclui a produção e uso de papéis artesanais cujas características podem atender a necessidades específicas de quem o usa, tal como o artista plástico, como suporte ou mesmo como corpo de obra”.
O papel artesanal do Moinho Brasil foi confeccionado a partir da reciclagem de aparas de papéis recuperadas, outros com fibras vegetais e resíduos agrícolas, cozidos e processados para confecção dos papéis, que neles tem anexadas sementes de hortaliças e uma linha especial de papel para a arte.
Assim, o papel artesanal do Moinho Brasil chegou às mãos de 37 artistas plásticos de várias partes do Brasil, para que neste suporte tão especial fossem colocadas suas técnicas, cores e suas inspirações, que dialogassem com as espessuras e texturas de outra arte milenar.
O grupo Diálogos em Papel é comprometido também com a sustentabilidade e com o meio ambiente. A arte deve e pode fazer com que isso aconteça de uma forma poética levando a questionamentos para o público nas exposições de arte.
A exposição conta com 37 trabalhos nas técnicas de Aquarela, Colagem, Desenho, Fotografia, Gravura, Pintura e Técnica Mista. A edição do trabalho para a versão virtual foi feita pelo fotógrafo Ricardo Tokugawa.
Curadora