FILIPE HOT
A fotografia segundo André Bazin, diferente da pintura, satisfaz a obsessão pelo realismo. Mas uma foto nunca poderá ser uma cópia exata da realidade. Porque desde o momento em que o fotógrafo pressiona o botão do obturador, aquilo torna-se um recorte; uma realidade nova carregada de tecnologia dos equipamentos, técnica e cultura do fotógrafo. Dessa forma, mais que um documento, uma foto pode ser uma criação. É a partir dessa premissa que o meu trabalho se desenvolve. Eu venho do teatro e pratico no meu trabalho fotográfico algo que gosto de pensar como fotografia ficcional. Partindo da crueza da vida e com base nas questões sociais da realidade em que estamos inseridos, eu aproveito o "poder de credibilidade que uma foto tem" para criar imagens que possam denunciar, comunicar, provocar reflexão ou causar sensações.
Desde o ano de 2019, tenho investido num trabalho de criação com modelos intérpretes (que podem não ser modelos nem atores/atrizes) de pele preta. O objetivo é explorar toda a experiência diária de alguém que veste-se com a pele dessa cor - num Brasil onde a maioria da população tem essas características, mas que desde a colonização os trata como números - para inventar soluções ou qualquer signo imagético que fale da dor, da aspereza, da cultura, da alegria, do amor, do orgulho ou da consciência de ser assim, preto(a).
MARCELO CHAGAS
Sou um fotógrafo negro, estou a três anos no mercado usando a minha câmera Canon T5i com uma 50mm 1.8 e sobrevivendo somente de fotografia, aceitei meu cabelo black e as minhas imperfeições e deixei de lado o que as pessoas iriam pensar sobre mim, e tenho muito orgulho disso. Após essa aceitação, comecei olhar o mundo de uma forma diferente em relação a artes e preconceitos.
Quando iniciei na fotografia, tinha uma câmera super zoom e depois uma Canon T5i com uma 50mm 1.8, peguei o gosto por retratos femininos e masculinos, tive a oportunidade de conhecer e participar de diversos eventos da Pexels e nestes eventos pude perceber a grandeza da fotografia, e a relação dos equipamentos de alta tecnologia que levam a arte a outro nível, aumentando a qualidade e facilitando o trabalho.
Sobre ser um fotógrafo negro no Brasil, minha maior dificuldade sempre foi a compra dos equipamentos devido à minha condição financeira, pois hoje em dia as empresas de fotografia vendem seus equipamentos com valores altíssimos, que para nós que estamos começando é quase impossível de conquistar, é necessário muito trabalho para comprá-los. Não tenho palavras para expressar o quão estou orgulhoso da minha profissão e saber que de tantas que existem, a que eu escolhi nunca me fez sofrer qualquer tipo de preconceito ou discriminação.
Fotografar pra mim é algo inexplicável, que vem de dentro para fora, acordo todos os dias com vontade, gosto de fotografar personalidade e não beleza, pois todos tem a sua e é isso que quero mostrar nas minhas fotos, o jeito de ser de cada um. E é muito satisfatório ver que as pessoas confiam na minha arte.
MATHEUS NATAN
Eu comecei a fotografar com 6 anos, com a primeira câmera analógica que compramos aqui em casa. Com o tempo, a câmera digital chegou às minhas mãos, e desde então, a paixão se estabeleceu.
Eu sou um artista brasiliense apaixonado por fotografia, design e arquitetura, então esses tópicos estão sempre chamuscando em minhas fotografias.
Tento sempre captar o mais belo que vejo, seja em retratos, em paisagens ou fotografias mais subjetivas.
Acredito que a fotografia é uma das formas mais interessantes de eternizar o tempo. Só ela registra aquele milésimo de segundo de um momento especial.
RAFAEL FREIRE
Olá sou Rafael Freire, fotógrafo e modelo, negro e nascido em uma das segundas maiores favelas do Brasil, a favela do Aglomerado da serra em Belo Horizonte. Desde então, faço fotos como objetivo enaltecer a beleza negra e a da favela.
Contando e buscando muitas história por trás da fotografia .Comecei a me interessar pela fotografia entre meus 15 e 17 anos, depois de ter vivido uma grande decepção na vida.Pedi uma câmera velha para minha irmã e, a partir daí, fiquei por volta de um ano fotografando formigas e a natureza. Mas tevi que abandonar o hobby depois que a câmera quebrou, e depois de longos anos voltei a fotografa porque alguém acreditou em mim.
Durante esse tempo, andava com a "vida triste" então comecei a escrever poesias. "Eram poesias tristes, eu era um menino triste" por fazer poesias que grande parte das pessoas dizia de menino...
Me alto titulei de "Menino Freire"
Conheci uma garota que, comoveu com minha historia, e ofereceu o dinheiro que guardava para seu casamento, para comprar uma câmera nova. então aceitei, e paguei por longas parcelas e como forma de gratidão, fotografei o casamento dela.
Desde ai, me apaixonei pela fotografia. e Tentava reproduzir meus sonhos em fotos, poesias visuais, e, principalmente, poder enaltecer a beleza dos moradores da favela. Criando, em seguida, o projeto: FAVELA A FLOR QUE SE AGLOMERA
WALDIR ÉVORA
A EMOÇÃO É NEGRA
A Pexels é um banco de imagens gratuito e inclusivo. Somos uma comunidade de criativos ao redor do mundo que inspira criações incríveis e promove mudanças positivas no mundo.