LUZ E SOMBRA
No Dia Internacional do Orgulho LGBT, a Linha da Cultura e o Programa Transcidadania apresentam o ensaio Luz e Sombra, com fotografias que materializam o sonho de tantas pessoas trans: o respeito por serem quem são e como são. Em um país que mais mata pessoas trans no mundo, a exposição também trata da vulnerabilidade das pessoas que sobrem diariamente a violência física e psicológica pela discriminação e pelo preconceito impulsionados pelo machismo estrutural, pela transfobia e pela crença de que existe somente uma forma de amar.
O Transcidadania é um programa Municipal sob responsabilidade da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania que oferece uma bolsa mensal para pessoas trans que se comprometem a buscar a progressão escolar, nas escolas públicas referenciadas pelo programa. O Programa é descentralizado nos Centros de Cidadania LGBTI da prefeitura, onde as participantes têm apoio psicológico e de assistência Social, reforço escolar, e cursos e oficinas de capacitação. A iniciativa começou em 2008 como Programa Operação Trabalho e rebatizada como Trascidadania, em 2015. No final de 2020 a cidade dobrou o número de vagas, saltando de 240 para 510 vagas. A População Trans, é um dos grupos sociais mais vulneráveis da cidade à violência física e psicológica. Sofre com a discriminação e o preconceito impulsionados pelo machismo estrutural e a transfobia que ainda exercem uma influência muito grande nas relações sociais. A gestão municipal tem um olhar muito atento para o combate a esse tipo de discriminação e por isso o investimento nesse programa, que é na realidade um programa de garantia de direitos. Este ensaio retrata dez pessoas que passaram ou estão passando pelo programa e ilustra com as fotos e os textos, a transformação que essa garantia de direitos é capaz de fazer na vida das pessoas. Conheça estes rostos. Veja suas histórias. Mais do que dar visibilidade ao tema, o intuito é dar protagonismo para os participantes do programa, que sofrem na pele, dia após dia, os efeitos nocivos de uma vida marcada pelo preconceito. Com isso a gente espera sensibilizar a sociedade sobre os problemas que as pessoas trans enfrentam na sociedade, e dessa forma gerar também a empatia, que é um sentimento tão nobre, e anda em desuso nos dias de hoje, com todas as preocupações que a vida moderna impõe ao nosso cotidiano.
O Fotógrafo Piti Reali
Nascido e criado no bairro da Bela Vista, 48 anos de idade, o fotógrafo Piti Reali tem uma relação muito intensa com a cidade de São Paulo. Fotógrafo profissional há 25 anos, exerce a profissão com paixão, particularmente por retratos, que acredita, revelam muito mais do que uma simples imagem. Em sua passagem pelas redações de IstoÉ Gente e Caras, ambos veículos exigentes em relação à qualidade técnica dos retratos, desenvolveu um olhar muito apurado para capturar expressões e gestos reveladores. “A fotografia tem um potencial transformador e sabendo as histórias dos participantes deste ensaio é impossível não me comover com tudo que passaram. Essa luta contra o preconceito fica impressa de alguma forma, nos olhos e na alma das pessoas. Quando soube da proposta deste ensaio me engajei e tive a sorte de ser escolhido para materializar a transformação que o Programa Transcidadania proporciona”, diz o autor das fotos.