Sobre fundo branco, dispostas na vertical no canto inferior esquerdo “LINHA DA CULTURA” em letras garrafais na cor preta exceto a palavra “DA” em cinza. Ao lado, uma grande seta apontada para baixo, parte do logotipo do Metrô, preenchida por fotografia de mulher loira em fundo preto com apenas uma luz em seu rosto e tronco. À direita da imagem “LUZ E SOMBRA”. Abaixo, “Fotografia: Piti Reali; Realização: Linha da Cultura e Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania; Estação Tatuapé 28/06 a 31/07”.

 

 

LUZ E SOMBRA

No Dia Internacional do Orgulho LGBT, a Linha da Cultura e o Programa Transcidadania apresentam o ensaio Luz e Sombra, com fotografias que materializam o sonho de tantas pessoas trans: o respeito por serem quem são e como são. Em um país que mais mata pessoas trans no mundo, a exposição também trata da vulnerabilidade das pessoas que sobrem diariamente a violência física e psicológica pela discriminação e pelo preconceito impulsionados pelo machismo estrutural, pela transfobia e pela crença de que existe somente uma forma de amar.
O Transcidadania é um programa Municipal sob responsabilidade da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania que oferece uma bolsa mensal para pessoas trans que se comprometem a buscar a progressão escolar, nas escolas públicas referenciadas pelo programa. O Programa é descentralizado nos Centros de Cidadania LGBTI da prefeitura, onde as participantes têm apoio psicológico e de assistência Social, reforço escolar, e cursos e oficinas de capacitação. A iniciativa começou em 2008 como Programa Operação Trabalho e rebatizada como Trascidadania, em 2015. No final de 2020 a cidade dobrou o número de vagas, saltando de 240 para 510 vagas. A População Trans, é um dos grupos sociais mais vulneráveis da cidade à violência física e psicológica. Sofre com a discriminação e o preconceito impulsionados pelo machismo estrutural e a transfobia que ainda exercem uma influência muito grande nas relações sociais. A gestão municipal tem um olhar muito atento para o combate a esse tipo de discriminação e por isso o investimento nesse programa, que é na realidade um programa de garantia de direitos. Este ensaio retrata dez pessoas que passaram ou estão passando pelo programa e ilustra com as fotos e os textos, a transformação que essa garantia de direitos é capaz de fazer na vida das pessoas. Conheça estes rostos. Veja suas histórias. Mais do que dar visibilidade ao tema, o intuito é dar protagonismo para os participantes do programa, que sofrem na pele, dia após dia, os efeitos nocivos de uma vida marcada pelo preconceito. Com isso a gente espera sensibilizar a sociedade sobre os problemas que as pessoas trans enfrentam na sociedade, e dessa forma gerar também a empatia, que é um sentimento tão nobre, e anda em desuso nos dias de hoje, com todas as preocupações que a vida moderna impõe ao nosso cotidiano.

 

 

O Fotógrafo Piti Reali

Nascido e criado no bairro da Bela Vista, 48 anos de idade, o fotógrafo Piti Reali tem uma relação muito intensa com a cidade de São Paulo. Fotógrafo profissional há 25 anos, exerce a profissão com paixão, particularmente por retratos, que acredita, revelam muito mais do que uma simples imagem. Em sua passagem pelas redações de IstoÉ Gente e Caras, ambos veículos exigentes em relação à qualidade técnica dos retratos, desenvolveu um olhar muito apurado para capturar expressões e gestos reveladores. “A fotografia tem um potencial transformador e sabendo as histórias dos participantes deste ensaio é impossível não me comover com tudo que passaram. Essa luta contra o preconceito fica impressa de alguma forma, nos olhos e na alma das pessoas. Quando soube da proposta deste ensaio me engajei e tive a sorte de ser escolhido para materializar a transformação que o Programa Transcidadania proporciona”, diz o autor das fotos.