FIGURINO DA PERSONAGEM LAOULA DA ÓPERA CÔMICA A ESTRELA - L’ÉTOILE

O vestido apresentado na vitrine é da personagem Princesa Laoula da ópera cômica Estrela (L’Étoile), de Emmanuel Chabrier, que estreou em Paris em 1877, e narra a história do cruel rei Ouf, que, para comemorar seu aniversário, sacrifica uma pessoa do povo todos os anos. A vítima que foi escolhida para a ocasião é Lazuli, um jovem e pobre vendedor ambulante de perfumes. Porém na hora da execução, Siroco, o astrólogo real alerta que a vítima nasceu sob a mesma estrela que o rei, e, se ele morrer, ambos terão o mesmo destino.

 

Apresentada na temporada lírica de 2019 do Theatro São Pedro, Walter Neiva (1956 - 2021) foi um diretor cênico e cenógrafo brasileiro especialmente dedicado à encenação de óperas. Autodidata, sua descoberta do universo lírico deu-se na década de 1970, quando trabalhava como escriturário e conheceu a coleção Grandes Óperas, da Editora Abril. Também contou com a Academia de Ópera e a Orquestra Jovem do Theatro São Pedro, e teve direção musical de André dos Santos e direção cênica de Walter Neiva. A cenografia foi de Roberto Casal de Rey, iluminação de Nicolas Caratori e figurino de Emília Reily.

 

THEATRO SÃO PEDRO
Com mais de 100 anos, o Theatro São Pedro tem uma das histórias mais ricas e surpreendentes da música nacional. Inaugurado em uma época de florescimento cultural, o teatro se insere tanto na tradição dos teatros de ópera criados na virada do século XIX para o XX quanto na proliferação de casas de espetáculo por bairros de São Paulo. Ele é o único remanescente dessa época em que a cultura estava espalhada pelas ruas da cidade, promovendo concertos, galas, vesperais, óperas e operetas. Nesses 100 anos, o Theatro São Pedro passou por diversas fases e reinvenções. Já foi cinema, teatro, e, sem corpos estáveis, recebia companhias itinerantes que montavam óperas e operetas. Entre idas e vindas, o teatro foi palco de resistência política e cultural, e recebeu grandes nomes da nossa música, como Eleazar de Carvalho, Isaac Karabtchevsky, Caio Pagano e Gilberto Tinetti, além de ter abrigado concertos da Osesp.
Após passar por uma restauração, foi reaberto em 1998 com a montagem de La Cenerentola, de Gioachino Rossini. Gradativamente, a ópera passou a ocupar lugar de destaque na programação do São Pedro, e em 2010, com a criação da Orquestra do Theatro São Pedro, essa vocação foi reafirmada. Ao longo dos anos, suas temporadas líricas apostaram na diversidade, com títulos conhecidos do repertório tradicional, obras pouco executadas, além de óperas de compositores brasileiros, tornando o Theatro São Pedro uma referência na cena lírica do país. Agora, o Theatro São Pedro, instituição do Governo do Estado de São Paulo gerido pela Santa Marcelina Cultura, Organização Social parceira da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo inicia uma nova fase, respeitando sua própria história e atento aos novos desafios da arte, da cultura e da sociedade.