Enquanto se prepara para sua reabertura, o Museu do Ipiranga-USP ocupa, de 20/05 até 19 de junho, os Espaços Culturais das estações República, Sé e Luz com três exposições: “A Independência do Brasil na Tela: Imaginando o Grito do Ipiranga”, “Novo Museu do Ipiranga” e “São Paulo – Território em Construção”. As mostras refletem sobre o acervo e a história do Museu, trazem informações sobre a reforma e a ampliação atual, a formação da cidade de São Paulo, além de detalhes da pintura “Independência ou Morte”, de Pedro Américo. O museu abre suas portas para visitação no dia 7 de setembro, no Bicentenário da Independência do Brasil

 

A Estação República, da Linha 3 – Vermelha, recebe a exposição A Independência do Brasil na tela: imaginando o grito do Ipiranga. Nessa mostra, com curadoria de Paulo César Garcez Marins, o Museu convida o público a pensar sobre a imagem mais icônica do episódio histórico, o quadro “Independência ou Morte”, pintado em 1888, que estará presente em uma reprodução de 3m x 1,70m. A mostra traz informações sobre o contexto histórico de sua produção, recortes da tela com detalhamento e esboços da pintura realizada por Pedro Américo, além de conteúdo em vídeo sobre o restauro realizado entre 2017 e 2022. Trata, ainda, da polêmica em torno do quadro, mostrando como o artista se inspirou em outras pinturas históricas, um expediente comum na época, que não pode ser considerado como plágio. “Quando visualizamos uma imagem, devemos sempre lembrar que ela é fruto de uma construção”, comenta o curador da exposição e docente da instituição, o Prof. Paulo César Garcez Marins. “No caso da tela ‘Independência ou Morte’ não é diferente. Por isso, a exposição convida a refletir sobre o contexto da obra, para que estejamos mais preparados para desfrutá-la, totalmente restaurada, na reabertura do Museu.”

 

 

Já a Estação Luz, da Linha 1 – Azul, abriga a exposição São Paulo – Território em Construção, um mergulho nas paisagens da cidade desde o fim do século 19 até os dias atuais. O passeio inclui as transformações de diversos cartões postais, como a Avenida Paulista, Pateo do Collegio, Avenida 9 de Julho (que comemorou 80 anos em 2021) e outros que dos quais hoje há apenas resquícios, como no caso da Várzea do Carmo. Para isso, a exposição conta com imagens de dois nomes significativos da fotografia brasileira: Militão Augusto de Azevedo, que em 1887 divulgou o “Álbum Comparativo da Cidade de São Paulo”; Werner Haberkorn, que registrou a urbanização desenfreada das décadas de 1940-50. “Buscamos também trazer um olhar para o presente e o futuro, com os novos cartões postais paulistanos nas áreas comerciais, como Marginal Pinheiros, Berrini, e um convite a uma reflexão sobre o impacto da pandemia na cidade”, aponta Solange Ferraz de Lima, curadora da mostra e docente do Museu.

 

 

Na Estação Sé, Linha 3 – Vermelha, o público poderá conhecer um pouco mais sobre o Novo Museu do Ipiranga, incluindo informações sobre o projeto e seus novos espaços, que dobraram a área construída do Museu, permitindo receber 12 exposições em 49 salas expositivas, além de mirante, loja, café e auditório para 200 pessoas.  A exposição conta com a curadoria Solange Ferraz de Lima. O visitante também terá acesso a imagens históricas do Edifício-Monumento, desde sua construção, no final do século 19, até os dias atuais, bem como detalhes do processo de restauração de sua refinada arquitetura, que contou com ferramentas especialmente adaptadas para reproduzir o modo de trabalho dos artesãos do passado. Em vídeo, o público acompanha a série “Diário do Novo Museu do Ipiranga”, com imagens e entrevistas sobre o novo projeto. “Damos destaque também à acessibilidade total do prédio e das exposições da reabertura, tratamento sem equivalentes no Brasil em número e diversidade de recursos, que permeou o pensamento expositivo desde o princípio”, reforça a Prof. Solange, também responsável pela curadoria desta mostra, que traz ainda curiosidades sobre os achados arqueológicos no canteiro de obras.