Sobre fundo branco, dispostas na vertical no canto inferior esquerdo “LINHA DA CULTURA” em letras garrafais na cor preta exceto a palavra “DA” em cinza. Ao lado, uma grande seta apontada para baixo, parte do logotipo do Metrô, preenchida por porta celeiro pertencente a cultura senufo - Costa do Marfim. Madeira pintada, couro e metal. À direita da imagem “A OUTRA ÀFRICA”, abaixo “Curadoria: Renato Araújo da Silva; Realização: Museu de Arte Sacra de São Paulo - MAS/SP; Apoio: Linha da Cultura”.

 

 

Veja em detalhe algumas peças da exposição e clique aqui para conhecer as 303 peças no catálogo do Museu de Arte Sacra.

 

Museu de Arte Sacra de São Paulo – MAS/SP, instituição da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo, exibiu em suas salas de mostras temporárias, “A outra África”, sob curadoria de Renato Araújo da Silva, com 303 obras entre terracotas, urnas funerárias, máscaras. estatuetas. armas, joias, instrumentos musicais, objetos do cotidiano, bustos e arte da corte de Benin, que representam 29 etnias africanas. Esse conjunto é um recorte da Coleção Ivani e Jorge Yunes.
Na exposição são apresentados centenas de objetos da cultura artística africana, de diferentes etnias, os quais possibilitam um rápido olhar sobre a cultura material de uma outra África, que, “ao mesmo tempo que é uma África que se remete ao mundo tradicional, antigo, trata-se de uma África que readaptou do seu próprio modo a sua prática artística no mundo contemporâneo, fazendo do trabalho do artista popular uma homenagem aos seus, aos nossos ancestrais” conceitua o curador Renato Araújo da Silva.
O mundo Ocidental, com seu conceito dubio sobre o diferente, criou sua própria definição, um tanto folclórica, sobre realidade e sociedades Africanas, permeada de clichês. A verdade a ser alcançada, está mais próxima, e não tão ambivalentes e contraditórias quanto o foram no passado, mas uma África mais acessível se acolhida em sua rica diversidade. “A cultura afro ou negra é vasta, rica, e transcende fronteiras. Por muito tempo, e ainda hoje, mesmo com os avanços conquistados, é mister que a discussão ocorra e continue ocorrendo”, declara Beatriz Yunes Guarita, Diretora Presidente da Coleção Ivani e Jorge Yunes.
O gesto do escultor, a carícia na argila modelada e transformada em terracota, o som dos instrumentos, a máscara dançada ou o movimento das mãos dos trabalhadores da arte popular africana, serve de gatilho às nossas sensações a níveis elevados de excitação permitindo que nos posicionemos em uníssono aos mesmos interesses pelos mistérios da vida. “As nossas distâncias assim se diminuem. E aquele que outrora podia ter sido considerado um provável inimigo ou um desconhecido qualquer pode se tornar agora um íntimo amigo. A arte pode nos transformar!”, conclui o curador.

Curadoria: Renato Araújo da Silva