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As fotografias aqui expostas fazem parte de uma obra de arte chamada “Orbitando a [im]permanência do sol, e a constância das águas”, da artista visual Charlene Bicalho (Nova Era, MG, 1982). Elas foram feitas para integrar o programa “Atos modernos”, uma iniciativa da Pinacoteca de São Paulo em colaboração com a Coleção Ivani e Jorge Yunes.
Em sua carreira, Charlene Bicalho tem se dedicado a pensar o recurso da água como patrimônio e como elemento capaz de penetrar estruturas a princípio sólidas e estáveis. Esse foi o ponto de partida para propor uma pesquisa colaborativa entre os trabalhadores terceirizados da Pinacoteca, justamente os responsáveis pela manipulação da água nos processos de limpeza e manutenção dos edifícios do museu. Uma série de encontros intitulados interven[ações] foi organizado, constituindo-se em processo de escuta ativa e comprometida sobre o trânsito desses profissionais pelos espaços da Pinacoteca.
O aprendizado com seus convidados e coautores deu origem a uma performance-instalação que se desdobra em vários elementos.
Além das intervenções feitas no próprio edifício da Pinacoteca, a artista expõe na estação Luz do metrô a série fotográfica realizada durante os encontros de interven[ações], intitulada “A água afia tudo o que vê pela frente”. Em paralelo, a segunda série fotográfica itinera por outras estações do metrô, mostrando momentos da criação performance-instalação. Também o registro em vídeo da performance está disponível no YouTube da Pinacoteca.
Ao falar da presença e de uma momentânea inversão do lugar de poder a que todos os sujeitos estão submetidos, Charlene Bicalho evidencia o quanto o reconhecimento dado a determinadas atividades é fruto de uma produção social de hierarquias e prestígios desiguais. Com esta série de fotografias, a artista explicita questões fundamentais para este projeto, como: Quais histórias estão presentes? Quais acervos nos constituem? Os movimentos da natureza, como o nascer e o por do sol, as subidas das marés e as fases da lua, fazem referência ao coletivo, ao desequilíbrio causado pelas injustiças e aos poucos espaços de liberdade.
Horrana de Kássia Santoz, Curadora Ivani e Jorge Yunes de Pesquisa e Ação Transdisciplinar, Pinacoteca de São Paulo.

O programa “Atos modernos” é resultado da parceria entre a Pinacoteca de São Pulo e Coleção Ivani e Jorge Yunes e apresenta, nos edifícios Pina Luz e Pina Estação, trabalhos de artistas e pesquisadores de diferentes linguagens e origens geográficas que compartilharam seus portfólios e processos criativos, articulando indícios possíveis da modernidade no imaginário institucional e artístico contemporâneo. Integram o programa Luciara Ribeiro, Castiel Vitorino Brasileiro, Charlene Sales Bicalho, Mitsy Queiroz e Olinda Wnderley Tupinmbá.